segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Franklin Costa abordou história e engajamento político do TPI

Durante bate-papo que faz parte do Festival TPI 20 anos, o ator e diretor Franklin Costa falou sobre sua relação com o Teatro Popular de Ilhéus (TPI). “Quando Équio Reis propôs o nome do grupo, já propôs uma história a ser escrita”, afirmou o artista que fez parte da primeira formação do TPI. Em sua fala, ele destacou o engajamento político do grupo, através da proximidade com o povo, a seriedade do trabalho consolidado e a resistência ao longo de duas décadas.

Acerca da gênese do Teatro Popular de Ilhéus, Franklin Costa disse que foi apresentado a Équio Reis por Pedro Mattos, na época que frequentava a Casa dos Artistas. Sua aproximação com o fundador do TPI foi facilitada pela visão politizada das artes cênicas. “Com Fuscão, Équio resgatou o princípio do teatro. Era um texto popular, atrevido e divertido, que nos aproximou do público”, relatou.

Franklin ressaltou a estratégia de sobrevivência do Teatro Popular de Ilhéus, que vem resistindo ao longo de duas décadas. O convidado disse que muitas pessoas conseguem se manter fazendo teatro, mas, dificilmente, grupos sobrevivem por tanto tempo. Ele destacou a importância da arte enquanto ferramenta de interferência política, que alcança diretamente o povo, o principal agente político. O ator e diretor ainda afirmou que o teatro é cíclico, consistente, autônomo e possui um futuro promissor.

Além da conversa sobre a história do TPI, que integrou o projeto de debates Improviso,Oxente! sobre as relações entre a história do Teatro Popular de Ilhéus e a realidade regional, o público acompanhou a leitura dramática do primeiro espetáculo montado pelo grupo, A história engraçada e singela de Fuscão – o quase capão – e o cabo eleitoral, escrito por Équio Reis. A peça foi remontada em 2004 por Romualdo Lisboa, após a morte do autor. A montagem voltará à cena neste ano, como parte das comemorações das duas décadas de existência do Teatro Popular de Ilhéus.

Até o mês de dezembro, além de encontros com personalidades importantes para a história do grupo, o Festival TPI 20 anos realizará leituras dramáticas das principais montagens; montagem de Iararana, de Sosígenes Costa, em parceria com o diretor cubano Luis Alberto Alonso; e lançamento do livro “A vida é uma rima: biografia do Teatro Popular de Ilhéus”, do jornalista, pesquisador e crítico teatral, Valmir Santos.

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