quinta-feira, 6 de junho de 2019

Estreia de “Baltazar” tem grande público na Tenda TPI



Na noite do último sábado, dia 1º de junho, aconteceu na Tenda Teatro Popular de Ilhéus a estreia do novo espetáculo do grupo, “Baltazar e a terrível peleja entre o Cangaceiro e o Coronel ou às vezes tem briga que termina em merda”. A montagem é um teatro de mamulengos inspirado nos mamulengueiros do nordeste do Brasil e no trabalho de Shicó do Mamulengo, que é bonequeiro, cenarista e ator, recém cegado à equipe do TPI.
Antes da estreia, desde as 18h30, a Tenda recebeu também algumas atrações especiais agregadas ao evento durante a II Feirinha Popular de Produtos Regionais, que contou com expositores de artesanato, cosméticos, moda e gastronomia. O público presenciou as performances dos grupos “As Drags do Maktub” e “As Madalenas”, e durante toda a noite também aconteceu a exposição de figurinos produzidos pelas alunas do Curso de Figurinos e Adereços para Teatro do TPI. O curso foi ministrado na ACEAI por Shicó do Mamulengo utilizando materiais reciclados para confeccionar figurinos inspirados no próximo espetáculo do grupo, que estreará no segundo semestre deste ano.
A partir das 20 horas, os atores Tânia Barbosa, Ely Isidro, Gilberto Morais e Shicó do Mamulengo iniciaram a apresentação dando voz e vida aos 10 personagens, cuja história se passa em um cenário físico montado em palitos de picolé e um cenário virtual feito em projeção mapeada. A trilha sonora é executada ao vivo pelos atores, que além de cantar também tocam diversos instrumentos sob a direção musical de Antônio Melo. Pensado como “um espetáculo de mamulengos contra o discurso de ódio”, a montagem tem ainda cenários e figurinos assinados por Shicó do Mamulengo, além de texto e direção de Romualdo Lisboa.
A obra conta a história de Baltazar, um trabalhador muito astuto que descobre por acaso o ataque do Cangaceiro mais temido do sertão, João Valente, à sua cidade para cobrar vingança do Coronel João Redondo. O Coronel é pai de Minelvina, por quem Baltazar se desmancha de amores. Com a ajuda do amigo Benedito, Baltazar, medroso de corpo e alma, vai pôr em prática suas artimanhas para salvar a vida do Coronel e cair nas graças de Minelvina e provando que “a violência não é nada diante da inteligência”.
O espetáculo, que tem uma hora de duração, foi ovacionado pelo público de mais de 100 pessoas. Em agradecimento, o diretor Romualdo Lisboa subiu ao palco e convidou Renata Dias (diretora-geral da Funceb), Pawlo Cidade (secretário de Cultura do município) e Mestre Ney (chefe de Culturas Populares e Identitárias) para um bate-papo sobre a importância das políticas públicas de fomento cultural, tomando como exemplo o próprio TPI, que é mantido pelo Programa de Ações Continuadas do Fundo de Cultura do Estado da Bahia. Renata ainda salientou a qualidade das produções do grupo, parabenizando a nova montagem e confirmando que o investimento público em cultura sempre resultará em trabalhos de grande importância para a sociedade.
Por fim, ao final do evento foi lançada ainda a campanha de arrecadação de recursos para o custeio da participação do Teatro Popular de Ilhéus no “Sommerwerft Festival am Fluss”, que acontecerá no mês de julho, em Frankfurt, na Alemanha. O TPI foi convidado para abrir o festival, e levará o espetáculo “Teodorico Majestade: as últimas horas de um prefeito” para a ocasião. Representando a cultura nordestina em um dos maiores festivais de artes do mundo, o grupo ainda apresentará seu novo espetáculo de mamulengos, ministrará oficinas e participará de vivências de intercâmbio cultural com grupos de todas as partes do mundo. A campanha de arrecadação visa a compra das passagens para 10 integrantes da companhia, que também levarão figurinos e equipamentos necessários para as apresentações. A contribuição pode ser feita por qualquer pessoa através de depósito em conta no Banco do Brasil, agência 3192-5, conta corrente 15598-5, ou ainda via cartão de crédito diretamente na Tenda TPI.
O Teatro Popular de Ilhéus é uma instituição cultural mantida pelo programa de Ações Continuadas de Instituições Culturais – uma iniciativa da Secretaria de Cultura da Bahia com recursos do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, mecanismo que custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada.

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