quinta-feira, 19 de julho de 2012

Ilhéus e o cacau são temas do Improviso, Oxente! de sexta


O projeto Improviso, Oxente! segue aprofundando as discussões sobre o tema-geral desta edição: A cidade é movida pela cultura. “O ciclo do cacau na reestruturação de Ilhéus – Impactos políticos, econômicos e sociais” será o assunto desta sexta-feira (20), quando especialistas e público em geral poderão aprender mais sobre o assunto e trocar opiniões. O debate começa às 19 horas na Casa dos Artistas de Ilhéus e tem entrada franca. 

A proposta desta edição do Improviso, Oxente! é dialogar sobre os fenômenos que levaram Ilhéus a ser o que é hoje e traçar metas para seu futuro. A iniciativa é fruto da parceria entre o Teatro Popular de Ilhéus (TPI), grupo que administra a Casa dos Artistas, e o Instituto Nossa Ilhéus. “O projeto quer pensar o destino da cidade não só para quatro anos, mas para muito além. Nesta primeira etapa, discutiremos a Ilhéus que herdamos”, disse o diretor do TPI, Romualdo Lisboa. 

O último encontro do Improviso foi na sexta-feira (13). Entre os convidados estavam o geógrafo Gilmar Trindade, que falou sobre a gênese de uma cidade, e o historiador Marcelo Henrique Dias, abordando a formação da Capitania de Ilheos. As exposições de ideias foram intercaladas pela música de Cabeça e Pablo Lisboa e a performance artística dos atores Amauri Oliveira e Ed Paixão. 
O professor Gilmar Trindade explicou que a conjugação entre relevo e fatores climáticos contribuiu para a povoação de Ilhéus e, a produção do cacau no século XIX, ajudou a formar seu aparato urbano. Ele ainda expôs que, junto com Itabuna, o município forma uma única zona urbana, apenas um nível abaixo de metrópole. “Na década de 1950, o geógrafo Milton Santos já dizia que Ilhéus olhava para fora da zona do cacau e Itabuna para dentro. Ilhéus, com porto e aeroporto se conecta com o mundo. Itabuna é cortada por rodovias e mantém relações com o interior. Assim, elas se complementam”, informou. 

O processo de ocupação territorial de Ilhéus foi apresentado pelo professor Marcelo Henrique Dias explicando o papel dos donatários, na época das capitanias hereditárias, no século XVI. Ele explicou que o território era conquistado em nome do rei de Portugal, dividindo as terras em sesmarias para a produção agrícola. “As sesmarias eram grandes e originaram os primeiros engenhos de açúcar. O segundo donatário de Ilhéus, Lucas Giraldes, recebeu a incumbência de criar oito engenhos”, ilustrou. 

O projeto Improviso, Oxente! segue tratando assuntos sobre a cidade que herdamos até o final do mês, fechando com a discussão do ponto: “Ilhéus a partir da redemocratização do Brasil” . No próximo mês, os subtemas estarão ligados o município que temos. No dia 02 de agosto, o Instituto Nossa Ilhéus e o Instituto Arapyaú apresentarão indicadores sociais da cidade, que ajudarão a pautar as discussões. “A intenção é transformar o resultado dos debates em um livro, lançado pela editora Mondrongo, do Teatro Popular de Ilhéus. A obra será entregue ao prefeito eleito neste ano”, informou Romualdo Lisboa.

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