O Teatro Popular de Ilhéus, que não teve
programação durante o mês de fevereiro, pode continuar sem programação no mês
de março. A interrupção das atividades se dá por conta da falta de recursos que
o grupo vem enfrentando desde o final do ano passado, o que tem impossibilitado
o pagamento dos salários de seus funcionários e até mesmo das contas básicas quem
mantém o funcionamento da Tenda. Nesse sentido, o TPI convocou amigos,
parceiros, artistas e produtores que se importam com o funcionamento da Tenda
para uma reunião nesta segunda-feira (02), às 15 horas, quando serão discutidas estratégias
para a manutenção da programação de março.
Em 2020 o TPI comemora 25 anos de
existência. Fundado em 1995 por Équio Reis (in
memorian), o grupo já produziu e apresentou dezenas de espetáculos, tendo
circulado em diversas cidades do Brasil, chegando também a se apresentar na
Europa. As comemorações dos 25 anos contarão com a publicação do livro “A vida
é uma rima”, um ensaio biográfico do Teatro Popular de Ilhéus, que está sendo
escrito pelo crítico teatral e jornalista Valmir Santos. Além disso, o grupo
vem se preparando para estrear o espetáculo “Sonho de uma noite de verão: ópera
brega rock para acordar do pesadelo”, cujos ensaios e montagem de cenários e
figurinos continuam a acontecer. No entanto, com a eminente ameaça de corte do
fornecimento de energia e água, até mesmo as atividades internas podem ser
interrompidas. O espetáculo deveria ter estreado em dezembro, mas as
dificuldades enfrentadas pelo grupo têm atrasado sua estreia.
Caso os problemas financeiros do TPI sejam
sanados até a primeira semana do mês, uma programação cultural já aguarda para
ser divulgada. Até o momento, seis eventos estão confirmados para acontecer em
março. No dia 07 (sábado), às 20 horas, deve ir em cena o espetáculo “Shicó do
Mamulengo no brinquedo de João Redondo”. Com classificação livre, a
apresentação é um teatro de bonecos de mamulengos na qual o brincante Shicó traz
diversos personagens divertidos quem interagem com o público. Os ingressos
estarão à venda por R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). No dia 13 (sexta-feira), às
20 horas, é a vez da II DragRetrospectiva, com os grupos As Drags do Maktub e
Coletivo ArtDrag Sul/Ba. O espetáculo performático tem classificação 16 anos é
resultado das II e III Vivências Drags que aconteceram em 2019, sendo também um
embrião para futuras produções dos grupos. A forma de ingresso é “Pague quanto
quiser”.
Já no dia 14 (sábado), a Cia Delá Praká
apresenta o espetáculo “Maiador”, de classificação livre. Inspirada na cultura
popular brasileira, a música ao vivo e a dança popular que se fundem às
acrobacias e à dança contemporânea em um espetáculo de música, circo e dança.
Marcado para as 20 horas, os ingressos custarão R$ 20 (inteira) e R$ 10
(meia-entrada). Na semana seguinte deve acontecer o Encontro de Compositores do
Sul da Bahia. Nesta edição do evento, que está marcada para o dia 20
(sexta-feira), às 20 horas, quatro compositores dividirão o palco num encontro
de multiplicidade sonora. Eloah Moteiro, BillyFat, Rebeca e Cabeça Isidoro vão
agitar a noite com músicas autorais. Os ingressos custarão R$ 10 (inteira) e R$
5 (meia-entrada), e a classificação é 12 anos.
No dia 21 (sábado), às 20 horas, se
apresenta o espetáculo de mamulengos “Baltazar e a terrível peleja entre o
Cangaceiro e o Coronel ou às vezes tem briga que termina em merda”. Com texto e
direção de Romualdo Lisboa, trilha sonora por Antônio Melo e cenários e bonecos
por Shicó do Mamulengo, a montagem chegou a se apresentar na Alemanha em agosto
do ano passado. Por fim, no dia 27 (sexta-feira), às 19 horas, acontece o
espetáculo “Na sombra da poesia”. A peça é um teatro de sombras infantil, recheado
de música e poesia, composto por 9 cenas curtas onde a imagem conta as
histórias, sem narração ou diálogo entre as personagens, O espetáculo é
conduzido por uma única atriz, e parte de um olhar sensível voltado para a arte
manual, para o tempo da luz de velas e a contação de histórias com as mãos e
objetos simples. A classificação de ambos os eventos é livre, e os ingressos
custarão R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).
Caso a programação tenha que de fato ser
cancelada, o TPI emitirá uma nota até o final da primeira semana de março
informando o público sobre a interrupção parcial ou total das atividades da
Tenda.
O Teatro Popular de Ilhéus é uma
instituição cultural independente, atualmente mantida pelo programa de Ações
Continuadas de Instituições Culturais – uma iniciativa da Secretaria de Cultura
da Bahia com recursos do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, mecanismo que
custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa
de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos
financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da
importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que
dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada.
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