quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Lona da Tenda TPI desaba; grupo necessita de abrigo urgente para salvar equipamentos

Foto: José Nazal

Na noite desta quinta-feira (26), um forte vento causou o colapso da lona onde até ano passado funcionava a Tenda Teatro Popular de Ilhéus, na Avenida Soares Lopes. Algumas pessoas que jogavam beach tenis se abrigavam da chuva quando a estrutura cedeu, mas todos saíram a tempo e ninguém se feriu. Antônio Conceição, conhecido como Palhaço Radiola, que é caseiro do terreno e mora em um trailer próximo à Tenda, não foi atingido, uma vez que seu veículo fica localizado ao fundo, e a estrutura cedeu para frente. Radiola também possui uma cadelinha de estimação, que também está a salvo. No entanto, todo o acervo e equipamentos do Teatro Popular de Ilhéus se encontravam debaixo da lona, e o grupo está neste momento tentando proceder com o resgate de seus pertences.

O Teatro Popular de Ilhéus, que neste mês completou 26 anos de existência, teve a Tenda como sede de suas atividades desde o ano de 2013. O grupo já vinha enfrentando dificuldades financeiras desde 2019 com os atrasos de pagamentos do recurso do Programa de Ações Continuadas de Instituições Culturais, que custeia parcialmente a manutenção de diversos espaços culturais na Bahia. Com a falta de recurso, o grupo não tinha condições de continuar a manutenção do espaço, cuja lona já se encontrava em estado avançado de deterioração devido à ação da maresia, do sol, das chuvas e do vento. Em 2020, com o fechamento imposto pela pandemia, a situação do TPI se agravou, culminando na entrega dos contêineres alugados, onde funcionavam a administração e os banheiros, e da lona, que também era alugada. O espaço é uma estrutura particular que pertence a Nelian Reis, artista da palhaçaria circense. O Teatro Popular de Ilhéus devolveu o espaço oficialmente em outubro de 2020, e se encontra sem sede deste então, com atividades apenas em formato virtual.

Apesar da devolução do espaço ter ocorrido há quase 1 ano, o Teatro Popular de Ilhéus manteve todo o seu acervo abrigado sob a lona por não encontrar outra alternativa para seu armazenamento. Se encontravam no local todos os seus figurinos, cenários, equipamentos de luz e som, documentos e ainda o Palco Rodante, uma estrutura criada pelo arquiteto alemão Carl von Hauenschild, especialista em espaços culturais. O grupo agora tenta salvar seu material, que tem grande valor histórico e cultural, e necessita urgentemente de um novo local seguro para armazená-los.

Fundado em 1995 por Équio Reis, o TPI se constitui num grupo de pesquisa de linguagem continuada que, a partir de suas criações, interfere positivamente na cultura brasileira, promovendo debates, encontros e estudos que contribuem para a formação cultural de seu público. A longevidade do Teatro Popular de Ilhéus é um indicador de um projeto de empreendedorismo cultural exitoso que tem um planejamento a longo prazo bastante sólido e em constante avaliação.

domingo, 15 de agosto de 2021

Teatro Popular de Ilhéus convida crianças a enviarem desenhos para seu próximo espetáculo

O Teatro Popular de Ilhéus está montando um novo espetáculo, que será lançado no mês de outubro em homenagem ao dia das crianças. Para incrementar o projeto, o grupo convida crianças de até 12 anos, de qualquer parte do Brasil, a enviar desenhos temáticos que farão parte da obra final.

A montagem é um musical infantojuvenil que aborda a temática dos "monstros", viajando no imaginário da criançada acerca desses personagens fictícios que representam os medos e os encantos da infância. Com direção de Tânia Barbosa e Luís Alonso-Aude e músicas de Cabeça Isidoro e Pablo Lisboa, o espetáculo será transmitido virtualmente, cuja data de estreia será anunciada nas redes sociais do Teatro Popular de Ilhéus.

Como parte do projeto "Meu monstro é um espetáculo", que pretende promover a interação com o público, o vídeo de abertura do espetáculo será composto por desenhos de monstros feitos pelo público infantil. Para participar, basta a criança desenhar um monstro de autoria própria em um papel, escrever o nome dele, que tipo de monstro ele é e o que ele faz, e pedir para o responsável digitalizar/fotografar e enviar em formato JPG, JPEG ou PNG para o e-mail monstrostpi@gmail.com até o dia 15 de setembro.

O Teatro Popular de Ilhéus é uma instituição cultural independente, parcialmente mantida pelo programa de Ações Continuadas de Instituições Culturais – uma iniciativa da Secretaria de Cultura da Bahia com recursos do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, mecanismo que custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Revista Boca de Cena debate censura no Brasil e em Cuba e o teatro no Sertão baiano

 


A revista Boca de Cena, especializada em artes cênicas, ganha dois novos números inéditos a serem lançados no próximo dia 17 de agosto, às 16h, na página do Youtube do grupo Teatro Popular de Ilhéus, através do link youtube.com/teatropopulardeilheus, com reprise no Youtube da Revista Boca de Cena, do Oco Teatro Laboratório, do FilteBahia e em seus respectivos sites. O diretor teatral Luis Alonso-Aude está à frente da revista Boca de Cena como diretor geral e editor e a produção geral é de Rafael Magalhães. A publicação foi criada pelo coletivo Oco Teatro Laboratório e pelo FilteBahia

A Revista Boca de Cena traz desta vez dois temas importantes da atualidade: a primeira Teatro e Sertão (edição n4), onde estão publicadas críticas, ensaios e artigos sobre este tema, valorizando as artes cênicas para além do teatro soteropolitano e do recôncavo baiano. O responsável por esta edição é o diretor teatral Paulo Atto, convidado a fazer parte do processo editorial desta revista desde a sua primeira edição; e a segunda sobre Teatro e Censura (edição n5) que abre espaço para debates sobre liberdade de se expressar através da arte sem censura de qualquer tipo, especialmente a censura no Brasil e a censura atual em Cuba. Esta edição está sob a responsabilidade do diretor teatral Luis Alonso-Aude.

Ambas as revistas têm o processo gráfico a de programação visual assinados pela Editora do Teatro Popular de Ilhéus e contêm entrevistas, artigos, ensaios, críticas, textos dramáticos e a seção Memórias, que faz homenagens póstumas a artistas do teatro baiano. As revistas também têm um Suplemento, com um pequeno artigo de destaque em relação com o tema de cada revista. Elas serão distribuídas para grupos de teatro e instituições do interior baiano e de Salvador.

Mais sobre a Boca de Cena – A Boca de Cena é uma revista independente especializada em artes cênicas. Ela foi criada pelo Oco Teatro Laboratório - Festival Internacional Latino-Americano de Teatro da Bahia-FilteBahia-, em parceria com diversas universidades da América Latina e produtores de conhecimento, independentes, incluindo aqueles que geram teorias sobre a produção dos seus trabalhos.

A Revista Boca de Cena já realizou três edições de grande sucesso, com os temas 'Teatro e Crítica', 'Teatro de Grupo' e 'Teatro Negro' e agora retoma a valorização da escrita independente sobre o teatro baiano relacionada com o teatro latino-americano. As duas últimas edições tiveram o incentivo da Fundação Cultural do Estado da Bahia. A primeira edição teve o apoio econômico do grupo Oco Teatro Laboratório. As três primeiras edições da revista podem ser encontradas na íntegra no site www.revistabocadecena.com

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.