segunda-feira, 11 de março de 2019

Hélvio Tamoio trouxe documentários ao TPI através do Cineclube da Estrada




Na noite da última sexta-feira (08) o Teatro Popular de Ilhéus recebeu o “Cineclube na Estrada”, uma iniciativa independente do professor e escritor Hélvio Tamoio. O projeto é parte da Comitiva “Paracatuzum”, que desde 2008 pega estrada para fomentar a troca entre grupos e coletivos atuantes em arte pelo interior do país, e que até hoje já passou por dezenas de cidades em doze estados brasileiros, além de mais dois países.
Primeiro foi exibido o documentário “Procura-se Irenice”, de 2016, dirigido por Marco Escrivão e Thiago B. Mendonça. O curta de 25 minutos faz um trabalho de resgate da memória da atleta Irenice Maria Rodrigues, que teve sua história apagada pela Ditadura Militar. A corredora foi um ícone da luta antirracista nos esportes durante a década de 1960, uma das lideranças de greve contra o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em 1967, era crítica radical da estrutura esportiva brasileira, recordista continental em competição proibida para mulheres no Brasil militar.
Na sequência foi exibido o documentário “O nó da cana também dá garapa”, de 2017 e dirigido por Marco Escrivão. Com duração de 22 minutos, o filme percorre, através dos causos e prosas de Helvio Tamoio, a história da Usina Tamoio no interior do Estado de São Paulo. A produção levanta uma crítica ao desenvolvimentismo desenfreado da monocultura canavieira, que culmina com trabalhadores expulsos de sua terra natal.
Por fim o professor Hélvio abriu uma roda de conversa com a plateia, trazendo debates sobre a importância do cinema-educação e produções independentes de baixo orçamento. Ele contou sua trajetória de produção documentarista no Brasil, suas dificuldades e suas conquistas na manutenção do projeto, e convidou a todos a incentivarem e valorizarem as produções audiovisual e artística independentes na nossa região, citando o Teatro Popular de Ilhéus como um exemplo de grupo a ser apoiado e agradecendo a parceria ali estabelecida.
As viagens e o sustento básico do “Cineclube na Estrada” são bancadas com passagens de chapéus nas rodas e apoios espontâneos de amigos confiantes no projeto, e ao final do bate-papo Hélvio recebeu a contribuição consciente dos presentes. 
O Teatro Popular de Ilhéus é uma instituição cultural mantida pelo programa de Ações Continuadas de Instituições Culturais – uma iniciativa da Secretaria de Cultura da Bahia com recursos do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, mecanismo que custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada.

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