Na noite da última quarta-feira (11), a Tenda Teatro
Popular de Ilhéus foi tomada pelo clima descontraído da literatura popular. Para
encerrar as atividades do projeto Nas
Rimas do Cordel, foi realizado um encontro literário que apresentou ao
público os resultados da iniciativa. Ao todo, foram lançados 11 títulos
inéditos de diferentes temáticas, escritos pelos novos cordelistas de Ilhéus e com
as capas ilustradas por Mário Costa.
O coordenador do projeto
Gilton Thomaz e oficineiro Franklin Costa, ambos cordelistas consagrados, conversaram
com a plateia, sob a mediação do professor da Universidade Federal do Sul da
Bahia, Felipe de Paula. “Como qualquer gênero literário, a literatura de cordel
segue algumas regras, mas qualquer interessado pode se tornar um autor. Basta
escrever sua história em rimas e distribuir entre a comunidade”, explicou
Franklin.
O encerramento de Nas Rimas do Cordel contou com a
presença de estudantes e professores da turma de Educação de Jovens e Adultos
(EJA) da Escola Nucleada de Aritaguá II. O professor e historiador Arléo
Barbosa também participou do evento, revelando que é um grande apreciador do
gênero literário popular. Ele destacou o sucesso do uso cordel, enquanto recurso
pedagógico, para o ensino da história de Ilhéus na Educação Básica.
Entre
os cordéis apresentados ao público, foram: “A história do cordel em cordel”, de
Gilton Thomaz, declamado por Márcia Mascarenhas; “Criançando”, de Távila
Aparecida; um trecho de “O Fiscal e A Fateira”, de Équio Reis, interpretado por
Ely Izidro; “Encantos e Desencantos de Narciso e o Pau de Selfie”, de Karoline
Vital; além do clássico de Manoel Camilo dos Santos, “Viagem a São Saruê”, por
Franklin Costa. O cordelista Gilton Thomaz também recitou fragmentos de várias obras
de sua autoria. A participação especial foi de Edvaldo Coelho dos Santos, o “seu” Carioca, alfabetizado há
seis anos e, aos 70 anos, é aluno da 5ª série da Escola Nucleada de Aritaguá.
As
atividades de Nas Rimas do Cordel aconteceram
ao longo de janeiro deste ano, através de oficinas gratuitas oferecidas nos
bairros Teotônio Vilela, Nelson Costa e Conquista. A iniciativa foi financiada
pelo Fundo de Cultura da Bahia, através do edital de Culturas Populares, e
ainda recebeu apoio das associações de moradores das localidades e do Terreiro
Matamba Tombenci Neto.
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