Durante bate-papo que faz parte do Festival TPI 20 anos, o ator e diretor Franklin Costa falou sobre
sua relação com o Teatro Popular de Ilhéus (TPI). “Quando Équio Reis propôs o
nome do grupo, já propôs uma história a ser escrita”, afirmou o artista que fez
parte da primeira formação do TPI. Em sua fala, ele destacou o engajamento
político do grupo, através da proximidade com o povo, a seriedade do trabalho
consolidado e a resistência ao longo de duas décadas.
Acerca
da gênese do Teatro Popular de Ilhéus, Franklin Costa disse que foi apresentado
a Équio Reis por Pedro Mattos, na época que frequentava a Casa dos Artistas.
Sua aproximação com o fundador do TPI foi facilitada pela visão politizada das
artes cênicas. “Com Fuscão, Équio
resgatou o princípio do teatro. Era um texto popular, atrevido e divertido, que
nos aproximou do público”, relatou.
Franklin
ressaltou a estratégia de sobrevivência do Teatro Popular de Ilhéus, que vem
resistindo ao longo de duas décadas. O convidado disse que muitas pessoas
conseguem se manter fazendo teatro, mas, dificilmente, grupos sobrevivem por
tanto tempo. Ele destacou a importância da arte enquanto ferramenta de
interferência política, que alcança diretamente o povo, o principal agente
político. O ator e diretor ainda afirmou que o teatro é cíclico, consistente,
autônomo e possui um futuro promissor.
Além
da conversa sobre a história do TPI, que integrou o projeto de debates Improviso,Oxente! sobre as relações entre a história do Teatro Popular de Ilhéus e a realidade regional, o público acompanhou a leitura dramática
do primeiro espetáculo montado pelo grupo, A
história engraçada e singela de Fuscão – o quase capão – e o cabo eleitoral,
escrito por Équio Reis. A peça foi remontada em 2004 por Romualdo Lisboa, após
a morte do autor. A montagem voltará à cena neste ano, como parte das
comemorações das duas décadas de existência do Teatro Popular de Ilhéus.
Até o mês de dezembro,
além de encontros com personalidades importantes para a história do grupo, o Festival TPI 20 anos realizará leituras
dramáticas das principais montagens; montagem de Iararana, de Sosígenes Costa, em parceria com o diretor cubano Luis
Alberto Alonso; e lançamento do livro “A vida é uma rima: biografia do Teatro
Popular de Ilhéus”, do jornalista, pesquisador e crítico teatral, Valmir
Santos.
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